domingo, 24 de agosto de 2014

Lenda: O homem do saco

Lenda: O HOMEM DO SACO


Essa história aconteceu há mais de vinte anos, num dia nublado. Perfeito para Josué, Mateus, Antonia e Frederico começarem o dia colocando o plano combinado em ação. Estavam de férias, e o plano principal seria desvendar o mistério do desaparecimento do Carlinhos, um menino que morava na mesma rua que eles.
No dia do sumiço, Josué, Mateus, Antonia e Frederico se encontraram para brincar, mas quando chegaram na esquina da rua levaram o maior susto.
A polícia estava lá, e a mãe do Carlinhos chorava sem parar. Os adultos se aglomeravam na porta da casa, mas não deixavam nenhuma criança chegar perto nem explicavam nada. A única pessoa que deu alguma explicação para as crianças foi Dona Joana, a moradora mais antiga das redondezas.
— O Homem do Saco pegou o Carlinhos. Eu já expliquei bem quem ele é, não expliquei? Um velho que anda com um saco nas costas para roubar crianças desobedientes e que andam sozinhas.
Se vocês não quiserem sumir também, é melhor obedecerem bem aos seus pais, entenderam?
Meninos e meninas entenderam bem. Uns acreditaram, outros choraram com medo, outros fizeram pouco caso e acharam que era conversa fiada da Dona Joana para ninguém fazer bagunça na rua durante as férias. O fato é que, verdade ou mentira, desde aquele dia um mistério começou a rondar a Rua das Andorinhas e tudo ficou diferente. As crianças não brincavam mais tão à vontade quanto antes e não falavam outra coisa a não ser no medo que tinham de o Homem do Saco aparecer e levar mais alguém.
No dia em que os quatro amigos se encontraram para colocar o plano em ação, estavam dispostos a explorar as redondezas para achar alguma pista sobre o sumiço do Carlinhos, já que os pais evitavam falar qualquer coisa sobre o assunto. Eles já tinham escarafunchado um buraco que havia no final da Rua Cinco, espionado o quitandeiro, que achavam que era um homem muito esquisito, e estavam voltando para a Rua das Andorinhas quando viram um homem misterioso mexendo num saco de lixo bem perto da casa do Carlinhos. Levaram um susto quando se deram conta de que era um velho barbudo, sujo, e que carregava um enorme saco nas mãos. Os quatro gelaram. Só podia ser o Homem do Saco.
Justo nessa hora, Antonia e Josué ouviram um choro vindo do saco. Frederico disse que devia ser imaginação. Ele era o que menos acreditava nessa história, preferia pensar que o Homem do Saco não passava de uma lenda. Mas mesmo assim não tinha muita certeza. Os quatro foram se esgueirando e chegaram mais perto. Ficaram escondidos atrás de uma caminhonete estacionada do outro lado da rua. De repente, o pavor tomou conta dos amigos. Desta vez, todos ouviram um choro fininho vindo da direção do saco.
E na mesma hora viram o velho abrir o saco que trazia nas mãos e remexer no saco de lixo. Mas justo quando iam ver o que o ele faria, um caminhão enorme passou e tapou a visão. E quando o caminhão saiu, a única coisa que viram foi o Homem do Saco dobrando a esquina com seu saco nas costas. Engraçado é que todos acharam que o saco do velho parecia mais leve. Em seguida, os quatro correram na direção do saco de lixo e o que viram não foi nada bom. Josué, Mateus e Antonia ficaram de boca aberta.
— Nossa, gente! São ossos – disse Mateus.
— Ossos e restos de comida!!! – disse Josué espantado.
— Aposto que são os ossos do Carlinhos que aquele velho malvado deixou aqui pra todo mundo ter certeza de que ele não vai mais voltar.
— Não fala besteira, Antonia. Esses ossos devem ser restos do açougue da esquina. Se fossem do Carlinhos, alguém teria feito alguma coisa.
— Que coisa, Frederico, você nunca acredita nas provas que a gente encontra. Que coisa chata!
— Não é isso, Mateus, mas pensa só, tinha um monte de gente na rua e ninguém pegou o Velho do Saco. Por quê?
— Sei lá por quê. Os adultos são sempre esquisitos. O que sei é que teremos que desvendar mais este mistério.
Acontece que, duas semanas depois, a mãe do Carlinhos se mudou e nunca mais ninguém teve notícias dela nem do filho. Até hoje Josué, Mateus, Antônia e Frederico se perguntam de quem eram aqueles ossos. Mas como nunca descobriram nada, começaram a espalhar essa história de Velho do Saco e ossos de menino.

 EXERCÍCIO
1. Este texto é
A- um conto.
B- uma  crônica.
C-uma fábula.
D- uma lenda.
2. Qual é a finalidade de uma lenda?
3. A expressão "a gente" é marca da linguagem
A- científica.
B- formal.
C- informal.
D- técnica.
4. No trecho " Eles já tinham escarafunchado um buraco..." . O termo destacado pode ser substituído por
A- cessar.
B- parar.
C- remexer.
D- repousar.
5. No texto a expressão "de boca aberta" significa
A- assustado.
B- bobo.
C- lesado.
D- ofendido.
6. Segundo o texto, quem é o homem do saco e o que ele procura?
 

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